Antoine
Verney é um escritor de romances água com açúcar, convidado por sua amiga para
fazer uma pequena celebração junto aos outros 72 amigos dela em seu
apartamento. Entre conversas aleatórias e uma certa falta de vontade de continuar
tentando conversar com as pessoas da festa, ele fica sozinho num canto do
apartamento: e fica bêbado.
Na
manhã, quando ele acorda, nota algo diferente. Um vermelho que antes ali não
existia, e quando se dá conta de que todos ali dentro foram devorados por
alguma coisa, o álcool da noite passada saí de dentro dele e ele vomita ali
mesmo no chão da sala. Há sangue espalhado por todo lugar, e logo ele se dá conta
do que aconteceu: o mundo foi devorado, todos agora são zumbis!
Uma
das primeiras coisas que ele faz – além de vomitar – é começar a limpar o
apartamento. Ele junta tudo o que tem de que pode ser útil, ele se organiza e
prepara as coisas que precisa. Encontra armas, água e roupas.
O
autor fez um bom trabalho em mesclar os pensamentos do protagonista com ideias
para o leitor refletir.
“Uma pessoa é muito nobre e cheia de
ética quando está num lugar seguro”.
Verney,
fica um pouco metódico. Sente a necessidade manter contato com outras pessoas,
mas que pessoas, se só há zumbis à sua volta. Ele dá nome a dois zumbis:
Richard e Catia. Ele os conduz como personagens numa estória de ficção; (ou
seria talvez um romance e eles estão brigados por algo simples e que bastaria
conversa?).
“Somos fantasmas irreais de nossa
realidade”.
O autor conta um pouco do
que é a dificuldade de ser um escritor:
“Para sobreviver, precisa-se de
imaginação. Esta imaginação não é própria dos artistas, penso até que a maior
parte deles é desprovida dela. Há uma imaginação de trabalhos manuais e de
empregados; em cada profissão, há esses seres à parte que não se contentam com
reproduzir, senão que se apropriam do real, inventam, desvelam. Muitos autores
têm medo da imaginação, pois é uma fonte de mudanças, é uma força propriamente
política. Consequentemente, seus livros são secos e frios, mantêm o status quo.
O ódio à imaginação tem um preço: não ser capaz de imaginar o horror insuspeito
é contribuir para a catástrofe final. Um artista é alguém que vê a guerra antes
de ela se manifestar aos olhos de todos e que sobrevive”. – PG.
126.
Verney
encontra uma outra pessoa, o caos de Paris, onde o mundo é engolido agora é compartilhado
com outra pessoa – Sara, é o nome dela. Juntos como uma dupla dinâmica, Antoine
e Sara exploram os prédios em busca de sobreviventes e de meios de continuarem
sobrevivendo.
“Nosso inimigo é uma maior confiança
no conhecimento que temos de nosso verdadeiro inimigo. Há que esperar surpresas”.
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